domingo, 18 de abril de 2010

Elogio ao Amor


                                
 O Amor e a Loucura   
“Em tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre quatro e cinco anos de idade.    O menino chamava-se Amor e a Menina Loucura.   O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva.    Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, enfim, do tipo que  jamais levava desaforo para casa.   Entretanto com todas as diferenças as crianças cresciam juntas, inseparáveis; brincando, brigando... Mas houve um dia em que o Amor  não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia.   Ela não deixava nada barato, estava furiosa como nunca com o Amor, começou a agredi-lo, mas não só verbalmentecomo de costume. A menina estava tão
descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.   O Amor sem saber o que fazer, chorando foi contar à sua mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido.    Inconsolada, Afrodite implorou à Zeus que ajudasse seu filho e que castigasse, Loucura. Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.   Ao ser interrogada a menina respondeu como se estivesse com a razão que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu. Embora soubesse que não fora justa com seu amigo,  a menina que nunca soube se desculpar concluiu dizendo que a culpa havia sido do Amor e que não estava nem um pouco arrependida.   Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança disse
que nada poderia fazer para devolver a visão do Amor, mas, ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse.   E até hoje eles caminham juntos, onde quer que o Amor esteja, com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência. Tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura.    E também por isso que usa-se dizer que o Amor é cego; mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura”.(Autor Desconhecido)   
Sendo eu o Amor, posso afirmar que causo efeitos colaterais, esquecimento e perda de razão, quando se trata de Amor Platônico ou não. Acontece, quando dedico meu tempo para  colocar em um pedestal o que quer que seja o objeto de desejo, escondendo defeitos e atitudes imperdoáveis, como a traição e a mentira.  Segundo o Neurologista, André Palmini, da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que estuda os efeitos do amor no cérebro, afirma, – Os mecanismos cerebrais que identificam as atitudes dos outros de forma critica são desativados, dessa forma, dificilmente o apaixonado consegue ver os defeitos e desconfiar da pessoa amada. – Porém, não é preciso ser especialista para saber e perceber os efeitos que a minha mágica causa em qualquer
tipo de pessoa, desde a mais vulnerável, até aquela que jura ser forte o bastante para evitar a “louca paixão”.  
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
(Luiz Vaz de Camões)
  Após algum tempo em um mesmo relacionamento, é possível que meu efeito comece a amenizar, mas não em todos os casos, alguns permanecem ternos por muito tempo. A questão é, depois de certo tempo convivendo com aquela pessoa, reconhece seus defeitos, suas manias, e até mesmo toma conhecimentos dos erros que foram cometidos e que foram deixados de lado pela incontrolável confiança que se mantinha e que não podia ser quebrada nem pela pessoa mais confiável do mundo. Alguns relacionamentos terminam por ai, quando você descobre que ele(a) não é nem de longe o que você imaginava que fosse. Porém, muitos continuam, na esperança de dar certo ou de teimar em achar aquela pessoa fantástica de um tempo atrás, escondida em algum lugar naquele corpo oco e insensível.   É mais fácil desacreditar uma pessoa apaixonada com palavras ou com
imagens? Como o Neurologista, André Palmini, afirmou, a confiança que se tem em uma “louca paixão” é inquebrável. Há um tempo atrás, a imagem era a garantia para que fosse possível provar uma traição, uma mentira, mas com o uso popular do Photoshop , é difícil separar a verdade da mentira. Nem palavras, nem imagens, para ter certeza tem que pegar no flagra.   Li em um artigo, em um desses Blog’s, por , que dizia que eu deveria ser mudo ou surdo ao invés de cego. A razão que foi dada conseguiu me convencer por inúmeros motivos, o maior deles é que um “Adeus” escutado em forma de “está tudo acabado”, quebra o Amor dentro de quem o houve, sofro por conseqüência, sofro durante todo o maldito tempo em que demora para arrancar lembranças, planos e desejos construídos antes daquele “Adeus”, e eu sei que no fim foi tudo culpa
minha e da Esperança, que juntos criamos e cultivamos a Fé nesse relacionamento sem fundamentos. Assim, como Eu deveria ser surdo para não ouvir despedidas, deveria também ser mudo, para não poder fazer juras, promessas e elogios antes de matar a mim mesmo dentro de quem faço objeto de desejo sofrer com um “Adeus” qualquer.   Mais uma vez voltamos a origem de como fiquei cego, essa teoria que vi no tal blog, me ajudou a refletir em porque causo mais sofrimento do que felicidade no final. “De tanto querer ver, acho que o amor ficou cego... Quem sabe ele cegou de Saudade.Os olhos dele não conseguiram mais olhar o mundo e não ver quem ele amava e preferiu não mais ver. Pois se o olho não vê, a mente imagina. Afinal, para que olhar, se não se vê o que quer.” 
loucura suficiente para ser quem é em qualquer lugar, aquele que não teve loucura suficiente parar fazer o que lhe faz bem e fazer a vida parar para ter sentido.
Certa vez ouvi, “o primeiro amor nunca se esquece”, e senti que precisava
corrigir essa frase, não é o primeiro, o décimo ou o ultimo amor que determina
se é ou não inesquecível, qualquer amor pode ser inesquecível, basta ser
verdadeiro e feliz.